Antigo CEO da General Electric Angola culpado de fraude eletrónica e roubo de identidade em Nova Iorque
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Wilson da Costa ouvirá a sentença a 26 de fevereiro e pode apanhar até 20 anos de prisão
Nova Iorque — O tribunal federal de Manhatam, em Nova Iorque, nos Estados Unidos, declarou culpado na segunda-feira, 18, o antigo executivo da General Electric (GE) em Angola, Wilson da Costa, dos crimes de fraude eletrónica e de roubo de identidade.A decisão segue à votação de um juri composto por oito mulheres e quatro homens.
Damian Williams, procurador para o Distrito Sul de Nova Iorque, anunciou a condenação devido ao “esquema de utilização de documentos falsos em papel timbrado do Governo Angolano para enganar uma subdivisão da GE Company e o Governo angolano”, lê-se numa nota emitida pelo gabiente daquele procurador.
“O esquema comprometeu ainda mais o Governo angolano a comprar equipamento caro que não tinha acordado comprar, tudo para que Costa pudesse receber milhões de dólares para seu próprio benefício, mas graças ao trabalho árduo dos procuradores de carreira deste Gabinete e dos nossos parceiros responsáveis pela aplicação da lei, Costa conseguiu agora responder pela sua conduta fraudulenta”, acrescenta o procurador.
Em causa, a divulgação, em outubro de 2017, pelo então presidente e diretor executivo da General Electric Angola de documentação falsa em papel timbrado do Governo angolano, supostamente assinada por funcionários do Governo e que alegadamente mostrava compromisso do Governo em comprar mais turbinas fabricadas pela GE.
Estes documentos falsos foram depois “utilizados para justificar pagamentos de um empréstimo de 1,1 mil milhões de dólares de uma subdivisão da GE Company ao Governo angolano”, acusa o procurador que concluiu que Costa “mentiu e continuou a basear-se nos mesmos documentos falsos que tinha anteriormente divulgado”.
Os advogados de Wilson da Costa não negaram que os documentos foram falsificados, mas argumentaram que o seu cliente não era o responsável.
O júri rejeitou a alegação da defesa, de que Costa era vítima involuntária de uma fraude perpetrada pela AEnergy SA, a então parceira de engenharia, aquisição e construção da GE em Angola, que, de acordo com as evidências do julgamento, também tinha um forte desejo de levar o negócio adiante.
Wilson da Costa, cidadão naturalizado americano de 51 anos, incorre numa pena máxima de 20 anos de prisão, por fraude, mas poderá receber uma pena maior devido às duas acusações de roubo de identidade agravado, cada uma das quais acarreta uma pena mínima obrigatória de dois anos de prisão.
O juiz Kelvin Castel vai ler a sentença de Costa, que está preso, a 26 de fevereiro de 2025.