Angola: Sociedade civil apoia vítimas dos tumultos em Luanda

Compartilhe

Os membros da sociedade civil angolana criaram um movimento para apoiar famílias afetadas pelos tumultos em Luanda, contabilizar todas as vítimas mortais e feridos e ajudar a encontrar desaparecidos.

Na página de Facebook da Sociedade Civil Contestatária (SCC) foi divulgado um comunicado a anunciar a criação do Movimento Cívico de Apoio às Vítimas, definido como “uma plataforma cívica circunstancial, criada especificamente para apoiar as famílias cujo ente perdeu a vida [sic] nos dias 28, 29 e 30 de Julho, no decurso da Paralisação Nacional dos Taxistas, promovida pela Associação Nacional dos Taxistas (ANATA)”.

Segundo a mesma nota, “fazem parte desta plataforma ativistas, personalidades ligadas à cultura, educação e artes, bem como responsáveis ligados ao associativismo em países africanos, europeus e americanos”.

Apoio às vítimas

A SCC refere que “a natureza exclusiva do presente movimento é reservada aos seguintes objetivos: apoiar as vítimas e familiares; ajudar na construção de um funeral digno e humano a todas as vítimas”.

Na mesma página, a SCC apelou, na quarta-feira, à partilha de informações sobre vítimas dos tumultos: “Se tens um familiar ou amigo que foi assassinado, preso, ferido ou está desaparecido desde segunda-feira, 28 de julho, entra em contacto connosco”, pode ler-se, com a explicação de que a intenção é “documentar todos os casos para exigir justiça e responsabilização”.

A publicação recebeu várias respostas, nas quais cidadãos relataram mortes, ferimentos e desaparecimentos de familiares, amigos ou vizinhos, denunciando também incursões violentas da polícia em alguns bairros da capital.

O Movimento Social de Apoio às Vítimas de 28, 29 e 30 de Julho de 2025 anunciou, entretanto, que está em curso a recolha oficial de donativos para ajudar as famílias das vítimas.

“Foram recenseados os nomes, moradas e números de telefone bem como os responsáveis das famílias a nível das províncias onde houve o massacre”, informa o grupo.

Por outro lado, em solidariedade às vítimas, o Movimento Contra a Subida dos preços dos combustíveis, responsável pelas manifestações de julho, decidiu interromper as suas “ações cívicas até que todas as famílias possam encontrar no seu luto o conforto e sossego vindos da partilha de humanidade de todos os angolanos”.

Mortes e ferimentos

O último balanço da Polícia Nacional indicava a existência de 30 mortos, 277 feridos e 1.515 detenções em várias províncias do país, nomeadamente Luanda, Benguela, Huambo, Huíla, Malanje, Bengo e Lunda Norte.

A paralisação nacional dos serviços de táxis começou na segunda-feira, 28 de julho, em protesto contra a subida dos preços dos combustíveis e das tarifas dos transportes públicos.

A greve degenerou em confrontos violentos, pilhagens e repressão policial, sobretudo em Luanda, mas alastrou também a outras províncias do país.

Fonte: Lusa

Foto: AFP

Radio Angola

Radio Angola aims to strengthen the capacity of civil society and promote nonviolent civic engagement in Angola and around the world. More at: http://www.friendsofangola.org

Leave a Reply