“Angola é um país falido, doente e sem rumo”, diz Frente Patriótica Unida
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A Ampla Frente Patriótica para Alternância, constituída pela UNITA, Bloco Democrático e o projecto político PRA-JA Servir Angola, considera Angola um país “falido, doente e sem rumo”, dada a “incapacidade” governativa do MPLA em resolver os principais problemas básicos das populações.
Rádio Angola
As formações políticas que preparam a disputa eleitoral, com o propósito de “remover” da governação o partido no poder há 46 anos ininterruptos, tornaram público uma declaração conjunta, nesta quinta-feira, 5, em Luanda, assinada pelos líderes da UNITA, Adalberto Costa Júnior, Bloco Democrático (BD), Filomeno Vieira Lopes e do PRA-JÁ Servir Angola, Abel Epalanga Chivukuvuku, em que, apresentam aquilo a que considera o quadro real socioeconómico e político dos angolanos.
“A Frente manifesta a sua preocupação pela degradação progressiva da crise que assola o país, ante a incapacidade do Governo de reverter o quadro actual de penúria generalizada que a esmagadora maioria das famílias angolanas enfrenta”, refere.
A declaração política sustenta que, a incapacidade do governo de resolver os problemas sociais “tornou-se estrutural e congénita, tendo transformado a falta de água potável, as doenças endémicas, o desemprego, a educação sem qualidade, a falta de saneamento”.
Para a frente tripartida, “o partido Estado MPLA perdeu a legitimidade política para continuar a governar Angola”, por na sua visão, “manter o Estado capturado, asfixiar as liberdades democráticas, manter, manter de alguma forma a corrupção e manter a economia refém de interesses hegemónicos, solidamente entrincheirados nas esferas do poder e por ter passado a governar contra os interesses do povos soberano de Angola”.
A Ampla Frente Patriótica Unida para Alternância defendeu ao mesmo tempo a necessidade de adopção de um programa de emergência nacional “para tirar o país da crise em que se encontra”, referindo-se à fome, saúde e desemprego, habitação, e a criminalidade, por entender que se “tornaram problemas de segurança pública nacional e precisa de ser tratado como tal”.
As lideranças da UNITA, Bloco Democrático e o projecto PRA-JA Servir Angola pensam que é chegado o momento de quem tem poder de fazer declarar o estado de calamidade pública no sul de Angola, afectado por uma seca severa, e de usar os mecanismos apropriados para que as agências internacionais vocacionadas intervenham no terreno, poupando a vida de milhares de angolanos, “que fogem para a Namíbia ou morrem desnutridos e exaustos pelas matas e ao longo do trajecto para o país vizinho“.
País precisa de uma nova liderança
A Frente Patriótica Unida (FPU) esclarece que, em caso de victória nas próximas eleições gerais de 2022, os angolanos não precisam temerem a saída do MPLA do poder, porque o “bloco unido” pretende “governar com todos” incluindo os que hoje são Governo, incluindo os militantes do MPLA, garantindo deste modo a formação de um governo de pessoas competentes e não de militantes do partido.
Assegura que os funcionários do Estado não serão despedidos “só por serem do MPLA, por isso, vão continuar, porque o MPLA é parte de Angola e na alternância são os funcionários que garantem a continuação das funções do Estado”.
Segundo a FPU, “o problema não está na filiação política das pessoas, está nas práticas erradas e na incapacidade dos dirigentes de governar para o povo, olhar para todos”.
Na visão da oposição, “os angolanos querem governantes que sejam patriotas, que amem o povo, respeitem a Lei e não sejam corruptos, não querem governantes que estejam comprometidos em salvar os seus partidos, mas governantes em salvar Angola e os angolanos”, acrescenta.