Administradora Milca Caquesse acusada de “impedir com arrogância” trabalhos da organização BUSF-CPLP

Milca Caquesse, administradora do município de Luanda, está a ser apontada de impedir o trabalho da organização dos Bombeiros Unidos Sem Fronteiras (BUSF) da Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP).

Em causa está o espaço cedido pela Angola Telecom, onde a BUSF tem realizado as suas acções de preparação dos jovens, no quadro de várias acções que a organização sem fins lucrativos tem desenvolvido para bem-estar das comunidades em Luanda e em todo o território nacional.

Numa conversa por telefone entre a administradora Milca Caquesse e o comandante dos Bombeiros Unidos Sem Fronteiras, Flávio Domingos Canhongo, a governante atirou-se contra a BUSF-Angola, alegando que as suas actividades têm alegadamente atrapalhado o trabalho que a administração local está a fazer no perímetro.

Em conferência de imprensa esta semana, o porta-voz daquela força tarefa de emergência nas comunidades em Luanda, Jorge Saldanha, explicou que tudo começou após a ocupação de um espaço aberto, na zona adjacente ao Complexo Escolar Ngola Mbandi, cita no Distrito Urbano do Rangel, pertencente a uma empresa de telefonia, e que nos últimos meses tem sido utilizado pela sua organização para a formação e capacitação de jovens bombeiros voluntários, em matéria de atendimento hospitalar, intervenção, combate e extinção de incêndios e salvamento nas comunidades.

Jorge Saldanha disse que a administradora do Município de Luanda, Milca Caquesse proferiu palavras à organização em tom de ameaça, dizendo que “eu não sou aquela pessoa que vos manda encher os comícios do MPLA, vocês comigo não brincam, eu não quero vocês ali, enquanto eu estiver neste cargo vocês não terão espaço”, citou acrescentando que, “vos aviso que, quem me protege são das instâncias superiores, podem se queixar onde quiserem, porque eu sou a dona do município de Luanda”, terá dito a governante citada pelo dirigente dos bombeiros voluntários.

“Isso demonstra que Milca Caquesse, não respeita o partido MPLA, em que ela faz parte e nem o governador provincial de Luanda”, disse o porta-voz da BUSF em Luanda, Jorge Saldanha.

Reacção da Administração Municipal de Luanda

Num comunicado publicado na página do facebook da Administração, ressalta que, tomou conhecimento, “através de certas páginas virtuais, da informação segundo a qual um grupo de cidadãos que se autodenominam Bombeiros Voluntários acusa a Administração Municipal de Luanda de o ter retirado do espaço adjacente ao Colégio Público n.º 1526 Ngola Mbandi, Distrito Urbano do Rangel”.

“Vimos por este meio informar aos nossos munícipes que o espaço em referência pertence à escola Ngola Mbandi e tem sido ocupado de forma ilegal pelo grupo acima referido”.

O comunicado sublinha que a Administração Municipal de Luanda, que decorre a finalização da construção da Escola do II Ciclo do Ensino Secundário n.º 1541, a ser brevemente inaugurada, para servir a mil e 80 alunos no ano lectivo 2023/2024.

Neste sentido, aproveitamos a oportunidade para agradecer a Polícia Nacional, pelo apoio no último sábado, 12 de Agosto, na reposição da legalidade, que permitiu ao empreiteiro dar continuidade à obra outrora suspensa por conta da invasão do espaço.

A administração em causa afirma que reitera o seu compromisso de manter a organização do município e devolver os espaços públicos à municipalidade e agradece que “a Polícia Nacional, pelo apoio no sábado, 12 de Agosto, na reposição da legalidade, que permitiu ao empreiteiro dar continuidade à obra outrora suspensa por conta da invasão do espaço”.

Entretanto, o comandante dos Bombeiros Unidos Sem Fronteiras (BUSF) da Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP), Flávio Domingos Canhong, esclareceu que a sua instituição não se encontra dentro da escola em causa, mas sim num espaço adjacente à Escola Ngola Mbandi, pelo que fala em “equívocos” da administradora Milca Caquesse.