Administrador Tomás Bica envolvido em esquema de corrupção para facilitar contratação pública de empresas no Cazenga
O administrador do Cazenga, Tomás Bica está a ser citado, como estando envolvido num esquema de corrupção para facilitar a contratação pública de empresas no município que dirige.
Uma investigação feita por um consórcio de jornalistas angolanos, a que Angola24Horas teve acesso, revela que, uma empresa registada com o nome MINULA -Comércio Geral, Importação e Exportação, Lda, já se beneficiou de mais de um bilião, dezoito milhões, oitocentos e trinta e cinco mil, quatrocentos e cinquenta e nove kwanzas, sendo que deste montante, 15 por cento terá sido enviado para MPG Engenharia, Consultoria Prestação de Serviço, pertencente a Mauro Pascoal Gonga, um teste de ferro do administrador municipal.
De acordo com a apuração feita pelo consórcio de Jornalistas, a empresa MPG também é contratada por Tomás Bicas, para simular fornecimento de materiais de escritório em compras que chegaram a custar aos cofres públicos 30 milhões de kwanzas.
O Grupo Scontrading, empresa de construção civil que neste momento constrói o hospital de referência do Cazenga, é mencionada como tendo também desembolsado milhões a favor do administrador municipal para obter facilidade no processo de contratação pública.
As investigações denunciam que o dinheiro do esquema de corrupção está distribuído em diversas contas bancárias, registadas em nome de Judith Silove Gomes Mumbundo, esposa do administrador Tomás Bicas.
A mando de Tomás Bica Mumbundo, Mauro Pascoal Gonga proprietário da MPG Engenharia, Consultoria Prestação de Serviço, transfere para diversas contas bancárias Judith Silove Gomes Mumbundo, moradora da Rua Agostinho Neto nº423, Bairro Kinanga, Ingombota, as luvas vindas da MINUILA, da própria MPG e do Grupo Scontrading que constrói neste momento o hospital de referência do Cazenga.
Outra parte, Judith Silove Gomes Mumbundo e Tomás Bica Mumbundo ergueram uma estrondosa residência na Zona do Kilamba em Luanda, com um interior que se assemelha ao Palácio Presidencial, que teve como construtora o Grupo Scontrading que também é fiscal de uma das vias onde MILUILA é a responsável para construção.
Com o dinheiro, o casal (Tomás Bicas e esposa) adquiriu dois imóveis em Portugal e construiu em Luanda, uma estrondosa residência, na zona do Kilamba, cujo interior se assemelha ao luxo do palácio presidencial.
E, o jurista Agostinho Kanando considerou a Rádio Despertar graves as denúncias e pede investigação da Procuradoria-Geral da república.
Outro jurista, Manuel Cangundo, alinhou no mesmo diapasão e esclareceu que, caso se confirme a veracidade das denúncias, o administrador arrisca-se a uma pena de prisão de cinco anos por crimes de recebimento de vantagens e corrupção passiva.
Para o jurista, não há seriedade no combate à corrupção levado a cabo pelo Governo de João Lourenço.
O consórcio de jornalistas angolanos procurou ouvir o administrador do Cazenga, mas este se manifestou indisponível prestar esclarecimentos sobre o assunto.