Activistas cívicos relatam actos de agressões durante detenções da Polícia após acto eleitoral de 24 de Agosto

Compartilhe

Oiça activista Cândido Libertador:

O dia das Eleições Gerais, 24 Agosto, em Angola, ficará na memória de vários activistas cívicos, devido as detenções e agressões sofridas após a publicação dos primeiros resultados provisórios divulgados pela Comissão Nacional Eleitoral (CNE), dando vitória ao MPLA.

Rádio Angola

Uma das vítimas foi o activista António Cândido de Carvalho (Cândido Libertador), detido quando tentava participar de uma vigília defronte à Administração Municipal do Cazenga, em Luanda, que visava contestar os resultados eleitorais da CNE, que na sua visão foram fraudulentas.

Em entrevista à Rádio Angola, Cândido Libertador, disse que foi detido no dia 29 de Agosto, enquanto o grupo em que fazia parte, se preparava para realizar a vigília.

“Fomos surpreendidos por agentes da Polícia Nacional, que com armas de fogo, manipularam e os outros conseguiram escapar, mas eu mais um activista fomos levados até a uma esquadra mais próxima, onde formos espancados e colocados numa cela junto com delinqüentes”, contou o activista Libertador.

O jovem que lamentou o cenário, afirmou que a Polícia Nacional demonstrou que “não é republicana”, que os terá obrigado a admitir que estivessem a se manifestar pela motivação do partido UNITA, o que segundo o activista António Cândido de Carvalho “Libertador”, “não aceitamos porque nós somos apartidários”.

Cenário idêntico terá sido vivenciado por activistas na província de Benguela. É o caso de Avisto Tchongolola Mbota, activista de Lobito, que, falando em exclusivo ao portal Rádio Angola, contou que “passou por um momento de terror” ao ser detido em sua casa, após ter “feito uma reportagem” sobre um “tumulto na rotunda do Africano” de cidadãos que contestavam os resultados eleitores.

“Oito efectivos armados do SIC me surpreenderam, fizeram disparos tendo sido algemado com os demais companheiros. Fomos torturados ao ponto de perder os sentidos até ser levado à esquadra onde fomos colocados numa cela sem as mínimas condições”, referiu.

Apesar de “intimidações e ameaças de morte”, Avisto Mbota garante que vai continuar com o seu activismo cívico em prol da sociedade e na defesa dos direitos humanos, e apela as autoridades policiais a terem “espírito republicano” e não agirem como uma “instituição partidarizada”.

A Polícia, por intermédio do porta-voz do Comando Provincial de Benguela, Ernesto Chiwale, negou na altura as detenções, mas assume que os cidadãos foram levados a uma esquadra para prestar declarações sobre o que se passava.

Oiça aqui o activista Avisto Mbota:

Radio Angola

Radio Angola aims to strengthen the capacity of civil society and promote nonviolent civic engagement in Angola and around the world. More at: http://www.friendsofangola.org

Leave a Reply