ACTIVISTA NUNO DALA DENUNCIA EM RELATÓRIO ACTOS DE ALICIAMENTO E PERSEGUIÇÃO DE JOVENS MANIFESTANTES NO ZAIRE

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O activista cívico e investigador Nuno Álvaro Dala apresentou um relatório que espelha actos de aliciamentos, intimidação e perseguição de jovens activistas que participaram no processo de preparação e realização da manifestação de sábado, 16 de Junho, na cidade de Mbanza Congo, contra má gestão e nepotismo do governador do Zaire, Joanes André.

Texto de Rádio Angola

No relatório de mais de 40 páginas a que a Rádio Angola teve acesso, o activista que participou da manifestação do último sábado na cidade de Mbanza Congo contra má gestão e nepotismo do governador, Joanes André, aquém os jovens manifestantes exigiram a sua exoneração, refere que o documento espelha igualmente a condição social, económica e política dos habitantes do Zaire.

As intimidações, segundo Nuno, não deixaram de parte os estudantes porquanto o director da Escola Magistério Primário em Mbanza Congo, “ameaçou em parada na segunda-feira, a pois a marcha” a reprovação e expulsão dos alunos que participaram na marcha contra o governador local.

“Apresento este relatório com o objectivo de denunciar as tentativas de aliciamento, intimidação, humilhação, ameaças e perseguição levadas a cabo antes, durante e depois da Manifestação Contra as Más Condições de Vida e a Má Governação na Província do Zaire, ocorrida a 16 de Junho do ano em curso”, lê-se no documento.

O relatório demonstra que a referida manifestação, a primeira a ser realizada na província do Zaire desde à independência de Angola em 1975, teve um forte impacto sociopolítico na província, evidenciando que os naturais e residentes daquela circunscrição do território nacional não se revêem na governação de cantina levada a cabo por Joanes André, no cargo há 7 anos, e que exigem melhoria nas suas condições de vida.

No documento, o também docente universitário descreve que a preocupação e o relativo estado de desespero do partido MPLA e das autoridades governamentais locais se reflectiram nas tentativas de aliciamento, intimidação, humilhação, ameaças e perseguição a alguns dos jovens envolvidos na realização da Manifestação Contra as más condições de vida e a má governação na província do Zaire.

Nuno Dala entende que a província do Zaire deixou de fazer parte das «províncias silenciosas de Angola» e o núcleo local de jovens socialmente engajados manterá a chama do poder cívico na fiscalização da actuação do governo local.

Segundo o autor, os dados apresentados no relatório foram obtidos antes, durante e depois da realização da manifestação contra as más condições de vida e a má governação na Província do Zaire.

Para o activista condenado no processo “15+2” por crimes de tentativa de rebelião e associação de malfeitores e amnistiado pela justiça angolana, sublinha que a concepção, preparação e realização do protesto levou à descoberta de uma série de factos preocupantes sobre o clima sociopolítico da província do Zaire.

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