A “gangue” do procurador – Nuno Álvaro Dala
Em artigos de investigação anteriores, publicados em diversos meios, denunciei uma série de factos que demonstram que o Procurador-Geral Adjunto da República, Beato Manuel Paulo, dirige uma gangue que tem realizado actos de extorsão, sabotagem, forjamento de processos-crime, desvios de dinheiro, invasão de domicílios e ameaças de morte a diversos cidadãos.
A referida figura sinistra tem usado a sua gangue para perseguir e neutralizar a pessoa de Francisco Yoba Capita, empresário, e sua esposa, Cláudia Monteiro de Araújo, magistrada do Ministério Público. A mais recente movimentação da gangue de Beato Manuel Paulo ocorreu num esforço que revela tanto desespero de causa como uma espécie de amoralidade inqualificável.
No quadro das tentativas de neutralizar Francisco Yoba Capita, a gangue projectou as suas acções contra a empresa Delta Bravo Divisão de Segurança, pertencente ao empresário.
A 3 de Fevereiro do ano em curso, a gangue do procurador dirigiu-se a uma série de postos de segurança da companhia a fim de fazer os efectivos abandonarem os respectivos postos (em residências, clínicas e ministérios). Com os postos desguarnecidos, a gangue de Beato Manuel Paulo realizaria assaltos nos estabelecimentos sob responsabilidade securitária da Delta Bravo Divisão de Segurança.
Em resultado disto, os proprietários fariam então participação criminal contra a empresa. Os processos teriam a atenção privilegiada de Beato Manuel Paulo que, na qualidade de Procurador-Geral Adjunto da República, destruiria judicialmente Francisco Yoba Capita, enterrando-o num abismo de múltiplos processos-crime.
A gangue de Beato Manuel Paulo esteve na Escola Nacional do Comércio, guarnecida pela empresa Delta Bravo Divisão de Segurança. Dirigiu-se igualmente a uma residência particular localizada na Marginal. Em ambos endereços, a gangue ordenou que os efectivos de segurança abandonassem os postos, aliciando-os com a promessa de novos e melhores empregos. Tanto nesses como noutros casos, os efectivos de segurança recursaram-se a fazer a vontade da gangue. Em consequência, foram todos ameaçados.
A gangue é composta por ex-funcionários de empresa de Francisco Yoba Capita, que foram recrutados pelo magistrado Beato Manuel Paulo, a saber, José de Carvalho, Artur Constantino, Benevenuto Cabral e Carlos dos Santos, bem como outros indivíduos. O grupo fez-se transportar numa carrinha Toyota Hilux de cor branca (com 5 ocupantes) e num jipe Grand Cherokee de cor preta (com número não identificado de ocupantes). Não tendo logrado êxito, a gangue prometeu voltar a qualquer momento, assegurando que, caso os efectivos de segurança não abandonassem os postos, arrepender-se-iam amargamente.
Os factos relatados aqui revelam um padrão de comportamento amoral e criminoso por parte do Procurador-Geral Adjunto da República, Beato Manuel Paulo. Este magistrado ostenta uma lista de actos e actividades criminosas (extorsão, actos de corrupção, forjamento de processos, desvios de dinheiro, ameaças de morte, raptos etc.) que o tornam indigno de exercer a magistratura.
Beato Manuel Paulo é também o testa-de-ferro do Procurador-Geral da República, Hélder Fernando Pitta Gróz, que tem usado o primeiro movimentando-o na hierarquia da Procuradoria-Geral da República de acordo com os ditames de gestão de protecção da rede de negócios através da qual têm sido drenados milhões de dólares, ou seja, milhares de milhões de kwanzas, que os beneficiam.
A 17 de Dezembro de 2019, o Plenário do Conselho Superior da Magistratura do Ministério Público, reunido na 5ª. Sessão Extraordinária, do 4º mandato, procedeu, em sede da Deliberação No 11/19, a uma série de exonerações e nomeações de magistrados. Lê-se no no 2 o seguinte: «2.1. Nomear o Senhor Dr. Beato Manuel Paulo, Procurador-Geral Adjunto da República, para exercer as funções junto da Câmara Criminal do Tribunal Supremo.»
Nota-se que Beato Manuel Paulo, um procurador gânguester, exerce funções no Tribunal Supremo desde 1 de Fevereiro de 2020, como refere a Comunicação Interna de 19 de Dezembro de 2019. O padrão de comportamento que tem apresentado ao longo dos anos indica claramente que a sua nomeação para a Câmara Criminal do Tribunal Supremo circunscreve-se a uma estratégia que visa sofisticar a máquina de perseguição, bloqueio e neutralização que ele, sob a batuta do Procurador-Geral da República, montou para fazer vida cara aos cidadãos e cidadãs vítimas dos seus esquemas e actos de extorsão, sabotagem, forjamento de processos-crime, desvios de dinheiro, invasão de domicílios e ameaças de morte, isto através de um grupo organizado que tem as características plenas de uma gangue.
A gangue de Beato Manuel Paulo está fortemente engajada em perseguir, bloquear e neutralizar Francisco Yoba Capita, um empresário que consideram um alvo a abater por verem nele uma ameaça ao manto de negócios e de segredos sinistros do trio de corrupção composto pelo antigo Chefe da Casa Militar do Presidente da República, general Hélder Vieira Dias Kopelipa, pelo Procurador-Geral Adjunto da República, Beato Manuel Paulo e pelo Procurador- Geral da República, Hélder Fernando Pitta Gróz (cuja prima – Raquel Pitta Gros, antiga esposa de Kopelipa).
A Procuradoria-Geral da República é uma instituição corrompida. Está ganguesterizada há anos e, nessas condições, a luta contra a corrupção, peculato, nepotismo, lavagem de dinheiro e outros males está seriamente comprometida.