O QUE A MENINA TCHIZÉ PRECISA SABER
A Tchize do Santos precisa de ter mais classe.
Quando as pessoas têm classe, elas sabem se posicionar na vida, sobretudo em público. As pessoas com classe costumam a ser serenas, prudentes nas palavras e não descem do salto com facilidade.
E, infelizmente, a mimada filha de José Eduardo dos Santos tem vindo a dar muitas ‘bandeiras’. Fala demais em situações que deveria ficar calada.
Os seus recentes pronunciamentos em público, em defesa do pai (na continuidade da liderança do MPLA) e a suposta discussões que teve com um jovem também da alta elite (igualmente outro desnivelado) vieram, mais uma vez, demonstrar a capacidade de Tchizé dos Santos em voar baixo.
A Tchizé precisa compreender que, por mais que queira, ela não é a melhor advogada para defender a honra do seu pai que, ao longo dos 38 anos de presidência, acumulou problemas devido ao seu orgulho desmedido pelo poder em benefício de um pequeno grupo que saqueou o país, deixando-nos a todos na incerteza e numa autêntica desgraça.
Por mais que a menina Tchizé queira, não vai conseguir nos fazer esquecer que, enquanto o seu paizinho governava, o país teve nas piores posições no que toca a corrupção, mortalidade infantil, ensino e saúde.
Tchizé precisa saber que os seus ‘chinguilamentos’ não nos vão fazer esquecer que, enquanto ela, os seus irmos e os filhos dos amigos do seu pai, tinham tudo; viagens, carrões, as melhores universidades do mundo inclusive acesso aos cofres do país, nós estivemos sempre aqui, a estudar em escolas sem carteiras, a morrer na fila dos hospitais, a beber água suja e a viver em bairros dominados pela delinquência, sem saneamento básico nem luz eléctrica.
Por isso, é bom que a Tchizé, antes de abrir a ‘matraca’, pensa que, por todos os cantos deste país, há gente ferida e dorida por conta da má governação do seu pai. E pedir ao papaizinho para ir descansar e largar a direcção MPLA estamos a ser coerentes. Porque, em situações normais, todos nós (desde zungueiras, desempregados, doentes, estudantes, trabalhadores, analfabetos) devíamos sair à rua a exigir a sua detenção por toda dor e feridas causadas pelos seu 38 anos de poder.