Juiz Presidente do Tribunal da Comarca de Luanda demarca-se de actos praticados pela juíza Juelma Baptista
Declarações atribuídas ao Juiz Presidente do Tribunal da Comarca de Luanda (TCL), João Bessa, dão conta que o mesmo terá se demarcado dos actos praticados pela pela juíza Juelma da Paz Baptista, ao penhorar uma Fábrica de Aço num litígio com o Banco Keve, numa altura em que já tinha sido transferência da 2ª Secção do TCL, para o Tribunal de Julgado de Menores.
João Bessa terá tido que “não se revê nos actos praticados, que ferem a lisura, a transparência, a equidade e falta de observância da lei, quando a magistrada já não estava na 2ª Secção”, acrescentando que “quero estar longe disso, nós sabemos que os nossos actos devem estar cobertos pela lei”.
O juiz João Bessa, tido como uma figura de muita clarividência e integridade, segundo apurou este portal, pondera remeter o processo, que envolve o Banco Keve e uma Fábrica de Aço, às mãos de um outro juiz, tendo em conta as implicações negativas do caso.
Uma fonte do Tribunal de Comarca de Luanda (TCL), fez saber que há desconfianças, pois existe uma pressão, que alguns operadores estão a fazer, “o que é provável que existam indícios de garantia ou que já terão sido desembolsados montantes para favorecer uma das partes”.
Este jornal contactou um juiz conselheiro do Tribunal Supremo, que disse claramente que o acto é nulo tendo feito o seguinte desabafo: “em nenhum país do mundo uma juíza movimentada pratica actos válidos , quando já não está na instância em que funcionava . Isto é inválido, os advogados podem escrever o Conselho Vai travar está intenção maliciosa”.
De recordar que a juíza de Direito Joelma da Paz, ordenou a penhora de uma fábrica quando a mesma já estava transferida para o Julgado de Menores.
“Com a exoneração de Joel Leonardo do cargo de Venerando Juíz Presidente do Tribunal Supremo, cai o carmo a trindade a Juíza de Direito Juelma da Paz Baptista, considerada até então como super poderosa e testa de ferro de Joel Leonardo”, disse um jurista contactado por este portal.
Uma fonte do TS cogita que ambos mantinham uma suposta relação muito próxima, fruto disso, “são os inúmeros casos em que a magistrada era envolvida sem, no entanto mover uma palha do Conselho Superior da Magistratura Judicial na altura sob os auspícios de Loel Leonardo, que se servia do rosto e das mãos de Juelma da Paz Baptista, para fazer e desfazer numa clara violação flagrante das normas que regem o sistema judiciário”. “Ninguém conseguia colocar travão a esta senhora, que pensava ser a dona de tudo”, ressaltou a mesma fonte.
Com a deliberação do Conselho Superior da Magistratura Judicial (CSMJ), que movimenta a Juelma da Paz, da 2ª Secção da Sala do Cível e Administrativo para a Sala de Julgado de Menores, a magistrada, segundo apurações, “perdeu norte nas suas actuações, frunto dos alegados compromissos financeiros assumidos com alguns cidadãos litigantes em processos judiciais submetidos para apreciação naquela instância judicial e, passou a agir de forma omnipresente ante a exigência de quem deu avultadas somas em dinheiro para salvaguardar os seus interesses”.
Por quanto não se percebe de acordo com um comentário feito no programa Ecos e Factos da TPA pelo jurista Alcântara Costa, que considerou “abusiva e ilegal” o acto praticado pela Joelma Baptista da Paz, que ordenou a apenhora de uma Fábrica de Aço, que garante mais de oitocentos postos de trabalho aos angolanos, numa altura em que o Executivo de João Lourenço, luta para cumprir com a promessa de mais de quinhentos mil empregos até ao término do mandato em 2027.
Com o acto praticado, Juelma da Paz Baptista, na visão do jurista, colocou a prova o Conselho Superior da Magistratura Judicial (CSMJ), que deve demonstrar que “já não está sob controlo de Joel Leonardo que havia posto refém a casa Suprema da Justiça em Angola”.
“Apesar de existirem ainda alguns tentáculos, o Juiz Presidente Nobre, tem aqui a oportunidade de mostrar que está distante do figurino de Joel Leonardo, sob pena de os cidadãos e entendidos na matéria o terem como pupilo de Joel Leonardo ou seja, mudou de rosto mas continua o coração e o corpo do Supremo revestido em Joel Leonardo. Haver vamos”, observou.
Alcântara Costa, disse mesmo que “é uma realidade que bem conhece e que deve merecer a atenção do novo Presidente do Conselho Superior da Magistratura Judicial”, por na sua visão, “manchar o bom nome e idoneidade do sistema judiciário que há muito clama por uma mão para retirar as batatas podres, que afastam a confiança dos cidadãos”.
Durante os comentários no Ecos e Factos da Televisão Pública de Angola, o também docente universitário sustentou que o acto, não tem pernas para andar nem eficácia pelo que é nulo, cabendo os advogados arguirem o direito que se lhes assiste em defesa do seu constituinte”, rematou Alcântara Costa, que questionou se “não se estará diante do crime de prevaricação?”.
A Juíza Juelma da Paz Baptista, após a sua transferência para uma outra instância judicial, teria assinado um despacho de penhora de imóvel, no âmbito de um processo n.º 1787/24-G, que acompanhava na 2ª Secção do Tribunal da Comarca de Luanda (TCL).

