PFRHS apresenta primeiros médicos especialistas em cardiointensivismo formados no Brasil

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Os primeiros médicos formados na especialidade de cardiointensivismo na República Federativa do Brasil foram apresentados nesta quarta-feira, 22, em Luanda, pelo Ministério da Saúde (MINSA).

Num momento marcante para o Sistema Nacional de Saúde, os três médicos angolanos apresentaram os seus diplomas de especialização em cardiointensivismo, durante um encontro simbólico promovido pela Unidade de Implementação do Projecto de Formação de Recursos Humanos em Saúde (UIP/PFRHS), sob tutela do MINSA.

O acto de apresentação dos diplomas foi presidido pelo professor Job Monteiro, coordenador e gestor técnico do projecto.

Os especialistas Mauro Domingas Garcia Capuepue, Adriana Tumba Bernardo e Wilson Vieira Mphandi, certificados pela Faculdade Cetrus Sanar, no Brasil, passam agora a integrar oficialmente o corpo de formadores nacionais, reforçando as acções de capacitação em áreas críticas da medicina intensiva, no quadro do processo formativo previsto para ocorrer, maioritariamente, em território nacional.

A formação, realizada na República Federativa do Brasil, decorreu de 14 de Março a 19 de Outubro de 2025, com uma carga horária total de 360 horas.

Em comunicado enviado, o Ministério da Saúde entende que este marco integra a meta nacional de formar 38.000 profissionais de saúde até 2027, dos quais 20% serão capacitados em Angola, contribuindo directamente para o objectivo da cobertura universal de saúde.

“O que hoje testemunhamos é mais do que um encontro para observação de diplomas. É um momento de viragem e transformação para o nosso país. Estes três profissionais, não apenas reforçam o Serviço Nacional de Saúde, mas assumem agora a responsabilidade de formar outros quadros no âmbito do processo formativo do Projecto, sustentou o professor Job Monteiro, coordenador e gestor técnico da UIP.

Os três especialistas exercem funções em unidades hospitalares de referência em Luanda, sendo que

Adriana Tumba Bernardo e o Wilson Vieira Mphandi no Complexo Hospitalar Cardeal Dom Alexandre do Nascimento, e o especialista Mauro Capuepue como médico intensivista no Hospital Geral Pedro Maria Tonha “Pedalé”.

“Estamos profundamente satisfeitos. Este resultado demonstra que o Projecto está verdadeiramente a produzir impacto, não só ao formar, mas também ao garantir que o conhecimento é reproduzido no terreno, elevando a qualidade da assistência em todo o país”, acrescentou Job Monteiro.

Desde o seu lançamento, em 2024, o Projecto de Formação de Recursos Humanos em Saúde (PFRHS) já beneficiou mais de 11 mil e 330 profissionais até Outubro de 2025.

A iniciativa integra o programa Human Resources Capacity for Universal Health Coverage in Angola (Project ID: P180631), com financiamento internacional e coordenação local.

Durante o acto simbólico, o médico Wilson Vieira Mphandi, um dos beneficiários, expressou a sua gratidão à Unidade de Implementação do Projecto, ao Governo de Angola, aos gestores de formação e a toda a equipa técnica envolvida.

“Hoje somos fruto de um esforço colectivo. Esta formação não teria sido possível sem o vosso apoio. Estamos comprometidos em retribuir, formando outros profissionais e contribuindo para um sistema de saúde cada vez mais qualificado”, afirmou, visivelmente emocionado.

O acto foi presenciado pela ministra da Saúde, Sílvia Lutucuta, cardiologista de formação.

Na sua intervenção, a governante sublinhou a importância estratégica da formação avançada de especialistas.

“A formação destes profissionais representa o compromisso do Executivo com a qualificação do capital humano na saúde. A sustentabilidade do sistema depende de quadros nacionais capacitados, e é com orgulho que vemos Angola avançar com passos firmes nesta direcção.

Não se trata apenas de formar, mas de criar formadores que sejam referência no país. Este é um ganho estratégico para o sistema e um passo firme rumo à cobertura universal da saúde”, disse.

De acordo com o responsável pela formação dos médicos, Job Monteiro, o sucesso do Projecto resulta do alinhamento entre o Governo, as políticas sociais, o capital humano qualificado e o financiamento adequado.

“Nem sempre foi possível avançar com este tipo de projectos porque o ecossistema não estava alinhado. Hoje temos vontade política, infra-estruturas, financiamento e recursos humanos empenhados. Este é um momento raro, e talvez irrepetível, de verdadeira transformação do sector da saúde em Angola”, frisou.

Com esta primeira turma de cardiointensivistas formados, o projecto abre portas à capacitação em larga escala nas diversas províncias do país.

A partir de agora, estes profissionais assumem um papel activo não apenas na assistência clínica, mas também na formação de novos médicos, garantindo que o conhecimento se multiplique de forma estratégica e sustentável.

De acordo com o comunicado, nos próximos meses, a iniciativa deverá abranger áreas como enfermagem especializada, medicina geral e familiar, cuidados neonatais e emergência médica, consolidando uma nova geração de profissionais angolanos ao serviço da saúde pública.

O Projecto de Formação de Recursos Humanos em Saúde (PFRHS) é uma iniciativa estruturante do Governo de Angola, com o apoio de parceiros internacionais e coordenação do MINSA, através da Unidade de Implementação do Projecto (UIP).

Tem como meta formar 38.000 profissionais de saúde até 2028, sendo 20% em território nacional, contribuindo directamente para a melhoria da qualidade dos serviços de saúde e o alcance da cobertura universal.

A cerimónia foi testemunhada igualmente pelo neurocirurgião, Djamel Kitumba, especialista em Formação, pelo condutor para formação, Adão Chimuanji e pelo Pierre Habama, especialista de monitoria e Avaliação.

Estiveram também presentes no acto a especialista de comunicação, informação e gestão do conhecimento, Neusa Cumbe e outras entidades da equipa técnica do referido projecto.

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