Camponeses da “Konda Marta” repudiam comunicado da Polícia Nacional sobre envolvimento de Francisco Ribas nos terrenos
A Sociedade Konda Marta II – Comércio e Serviços, Lda., com sede no Município de Viana, em Luanda, divulgou nesta sexta-feira 19, uma nota pública de repúdio contra a Direcção de Comunicação Institucional do Comando Geral da Polícia Nacional, acusando o órgão de tentar “branquear” a imagem do atual Comandante-Geral, Comissário-Chefe Francisco Monteiro Ribas da Silva, face a denúncias de irregularidades envolvendo ocupação de terrenos.
Em nota assinada pelo Presidente do Conselho de Administração da empresa, Daniel Afonso Neto, a Konda Marta II acusa diretamente o Comandante-Geral de envolvimento em acções de repressão contra camponesas ligadas à empresa e de desrespeitar decisões judiciais que reconheceram a posse legítima de determinados terrenos.
“Nunca houve, da parte da nossa empresa, qualquer intenção de caluniar ou difamar instituições ou cidadãos, nacionais ou estrangeiros. Mas o comportamento do Comandante-Geral tem forçado as camponesas a recorrerem às denúncias públicas, pedindo apoio às instituições e à sociedade em geral”, lê-se no documento.

A empresa recorda ainda que, em ocasiões anteriores, enviou uma carta formal ao Comissário-Chefe Francisco Ribas da Silva, comunicando o envolvimento do seu nome em denúncias feitas por camponesas da Konda Marta.
A carta foi também endereçada a diversas instituições do Estado, incluindo a Procuradoria-Geral da República (PGR), a Inspeção-Geral da Administração do Estado (IGAE), a Provedoria de Justiça, o Director Geral do SIC e o Ministério do Interior.
No entanto, segundo a empresa, apesar das denúncias, a Direcção de Comunicação da Polícia emitiu recentemente um comunicado classificando as acusações como “calúnias” contra o Comandante-Geral.

A nota da empresa denuncia ainda que, neste mesmo mês, uma decisão judicial foi ignorada pelo Comando da Polícia Nacional, que, sob ordens de Francisco Ribas, teria mobilizado efectivos policiais para invadir um terreno já restituído à empresa por ordem do tribunal.
“Todos os quintais e condomínios existentes nesta zona foram erguidos sob coação e ocupação armada, com o apoio da Polícia Nacional. As acções são coordenadas pelo Comando Provincial, sob ordens diretas do Comandante-Geral”, afirma a empresa.

Por fim, a Konda Marta II garante que, em anexo à nota, foi entregue uma cópia da carta enviada anteriormente ao Comando-Geral da Polícia, e anunciou que o conteúdo será lido publicamente perante a imprensa e convidados, como parte da sua resposta institucional.
A empresa apela às autoridades competentes e à sociedade civil para que acompanhem o caso de perto, reforçando o apelo à legalidade e ao respeito pelas decisões dos tribunais.


