Refugiados em Angola queixam-se de cobranças de dinheiro para renovação e obtenção do cartão de estatuto

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Mais de seis mil refugiados controlados em Angola denunciam a existência de esquemas para a emissão e obtenção de cartões de estatuto de refugiado, cujas cobranças rondam entre 3 a 7 mil kwanzas por cada um dos refugiados que se encontram no país e são exigidos vários documentos para tratar o referido cartão.

Na semana passada, os órgãos de comunicação social estiveram na sede da organização que controla os refugiados em Angola, localizado no Bairro Popular, em Luanda, na sua maioria cidadãos provenientes da República Democrática do Congo (RDC) e do Centro Oeste Africano.

No local, o seu responsável Musengele Kopel, coordenador geral, revelou que existem mais de 30 mil famílias de refugiados em Angola, que diariamente passam por “necessidades extremas para a sobrevivência”, situação que que de acordo com ele, tem se agravado desde que o ACNUR retirou o apoio social que garantia alimentação dos refugiados.

O Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados – a agência da ONU trabalha para proteger e dar esperança a pessoas forçadas a fugir de suas casas devido a guerras, perseguições e violações dos direitos humanos.

O ACNUR é responsável por salvar vidas, garantir a protecção dos direitos das pessoas refugiadas e apátridas, e ajudar na busca por soluções duradouras para suas vidas, como o retorno seguro ao país de origem, a integração local ou o reassentamento em um novo país.

Musengel Kopel disse que há mais de seis meses, que o ACNUR deixou de prestar apoio com cestas básicas às famílias refugiadas em Angola, limitando-se apenas em garantir a protecção dos mesmos, repatriamento seguro ao país de origem, integração local dos refugiados, bem como a sua reinstalação.

O Governo angolano ainda não começou a garantir a assistência, sobretudo alimentar, facto que agravou a condição social dos refugiados, ouvidos pelo Club-K.

Eles dizem que, muitos para conseguirem alimentação socorrem-se dos contentores de lixo, outros dedicam-se à recolha de garrafas de plásticos, ferros, latas e outros objectos que são levados para locais de peso onde conseguem algum valor monetário.

De acordo com especialistas, o corte de apoios a refugiados ocorre devido a mudanças nas políticas de países de acolhimento, falta de recursos para as agências de ajuda humanitária ou alterações em acordos de repatriação.

Existem duas direçcões de refugiados em Luanda, uma liderada pelo veterano Musengel Kopel, e outra por um cidadão identificado por Ibrahim. Até ao momento não foi realizada a assembleia para a eleição da nova liderança, pois a “ala” liderada por Ibrahim “não aceita a união do centro”.

Radio Angola

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