Angola precisa de uma espécie de “ditadura” depois de João Lourenço – Marcos Filho

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Dois mil e vinte e sete, ano das sextas eleições no país está esquina. Envolto de uma incerteza quanto à recandidatura ou não  de João Lourenço, alguns angolanos receiam que o futuro reserve um pior cenário quer no capítulo  das liberdades como económico sobretudo  na gestão  da coisa pública.

Depois da transição do socialismo  para o capitalismo, com José  Eduardo  dos  Santos, na condução  dos destinos do país  por mais de trinta anos, em que muito se viu e ouviu  sobre como muitos se enriqueceram, alguns angolanos entendem que é chegado momento  para o virar da página  no verdadeiro  sentido  e que não basta a aprovação  de leis, discursos  que pouco  ou nada contribuem  para uma mudança  radical.

Com o combate à corrupção  e a impunidade  fracassados,  e a existência  de mãos  invisíveis  que lesam o Estado com desvio de milhões de kwanzas dos cofres do Estado,  alguns entendidos em matéria  política, são  de opinião  que Angola adote no futuro  um regime que se assemelhe a Coreia do Norte, Rússia ou China para melhor se enquadrar  a filosofia  dos cidadãos  que teimam em desafiar as autoridades.

Se para grandes  males,  é  necessário grandes remédios ,  Angola , no estado de agonia em que se encontra  , precisa de medidas radicais para disciplinar  de forma exemplar  os prevaricadores.

Com a actual configuração, o próximo  Presidente, terá  de ser alguém  que imponha  medo e respeito e nada de romantismo. Entre os nomes  cintilantes apontados para  assumir a cadeira Presidencial,  nenhum  deles carrega no ADN, o carácter  castrense  que pode ser ideal para o rumo que Angola precisa.

Manuel Homem, Adão  de Almeida,  Mara Quiosa,  Pereira  Alfredo,  Francisco Furtado, Higino Carneiro,  Ana Dias Lourenço  e nem  o próprio  João  Lourenço,  têm  perfil  para o novo modelo africano  e angolano que seja capaz de transformar e acalentar  as aspirações  dos angolanos.  Talvez  e única  até  ao momento  que se afigura como homem forte para alterar  o quadro sombrio da Nação, é a figura do General  Fernando  Garcia Miala.

A sua trajectória,  carácter, perfil, idoneidade, comprometimento, poucos negócios  pessoais  em nome do Estado, respeito  no seio dos militares e acima de tudo integridade, o colocam como a pessoa certa para liderar  o país logo a seguir ao mandato de João Lourenço. Outro factor importante, é  o facto de ter trabalhado  com os dois presidentes  e conhecer os dossiers económicos  e ter o domínio  dos documentos  ultra-secretos do Estado.

Em termos  do respeito  que impõe no seio das FAA,  polícia  e órgãos de informação  e segurança  do Estado, basta  ver como os militares  o temem. Por onde passa deixa rasto de bons ofícios e sentido de Estado republicano.

Acredita-se que o homem seria capaz  de introduzir na Carta Magna, a prisão  perpétua, a pena de morte e o corte dos membros superiores e inferiores  para punir de forma severa,  quem viesse a  cometer um crime hediondo.  Fora disso, Angola vai continuar a ser palco de desvios, furtos e roubos do dinheiro alocado para beneficiar  os cidadãos.

Não se aceita que os ministros, secretários de Estado, governadores, administradores  municipais, presidentes dos Conselhos de administração, brinquem com país e nada acontece  e nada se move.

Angola está  remetida ao abismo , padarias  aos estrangeiros, cantinas, armazéns e tudo mais alguma coisa, onde o chines faz o que bem lhe apetece.

A ditadura  é  o caminho mais seguro para que possamos salvar este país. Porque  se acontecer alguma mudança fora desta perspectiva depois de João  Lourenço, vamos assistir a um colapso, fruto dos esquemas que um grupo  restrito  vem fazendo há anos .

Com tudo nas mãos dos estrangeiros  a bênção  de alguns ministros e generais , um regime ditatorial que impõe respeito,  medo e conduza o país a normalidade no seu funcionamento  é que uma maioria  dos angolanos almeja para o novo capítulo  depois  do término  de mandato de João Lourenço.

Os que mergulham na política  económica  do país,  afirmam que tudo está  nas mãos  de um pequeno  grupo e dos estrangeiros,  desde as pescas, exploração de minerais, sistema cambial dominado a partir das ruas do Mártires por cidadãos libaneses, madeira , importação e exportação de bens essenciais de consumo,  sem no entanto,  falar dos juízes  que perderam norte.

Em coma profunda,  o sector de justiça  clama por mudanças emergentes, se nos atermos ao que se ouve nos corredores  dos tribunais  em que juízes  e procuradores estão  com as mãos  metidas em práticas  de corrupção com despachos e sentenças  que favorecem os grupos  com poder económico, só  uma entidade  com informações  privilegiadas e com visão  militar seria capaz de retirar Angola do abismo, e dentre  os que podem, Fernando  Garcia  Miala,  seria o ideal … asseveram.

Para melhor compreensão  do assunto , fomos a busca de alguns exemplos de regimes ditatoriais que o mundo assistiu  que em alguns pontos do globo resultaram.

Embora regimes ditatoriais sejam frequentemente associados à repressão e ao autoritarismo, alguns países registraram crescimento econômico durante períodos ditatoriais. No entanto, é importante ressaltar que esse crescimento geralmente não foi acompanhado de desenvolvimento social e que o custo humano em termos de liberdade e direitos foi significativo. Exemplos incluem:

Coreia do Sul: Durante a ditadura militar, a Coreia do Sul passou por um rápido crescimento econômico, conhecido como o “Milagre do Rio Han”. O governo militar implementou políticas de industrialização e exportação, impulsionando o crescimento do PIB e o desenvolvimento de setores como a indústria automobilística e eletrônica.

Brasil: O regime militar brasileiro, apesar de autoritário, promoveu um período de crescimento econômico chamado “milagre econômico”. O PIB cresceu rapidamente, mas essa expansão foi desigual, com concentração de renda e dívida externa crescente.

Espanha: A Espanha, sob o regime de Franco, experimentou um crescimento econômico notável após a Guerra Civil, principalmente nas décadas de 1960 e 1970. O país se tornou um destino turístico importante e investiu em infraestrutura.

Portugal: O regime salazarista em Portugal, embora tenha mantido o país isolado por muito tempo, também experimentou algum crescimento econômico, especialmente no período pós-Segunda Guerra Mundial, com o desenvolvimento de setores como a construção civil e o turismo.

Taiwan: Assim como a Coreia do Sul, Taiwan passou por um rápido crescimento econômico durante o período em que foi governada pelo Kuomintang, um partido autoritário. O governo implementou políticas de desenvolvimento que levaram a um aumento da renda e da industrialização.

É crucial analisar esses casos com cautela, reconhecendo que o crescimento econômico sob ditaduras geralmente ocorre com um alto custo em termos de liberdade, direitos humanos, embora se pode ter a certeza  que um modelo desta natureza,  reprime o crime, impossibilita o descaminho do dinheiro  público e abre caminho para prosperidade  de uma Nação.

O Burkina Faso caminha para o sucesso, caminha para aquilo que muitos desejavam que é ter um regime que desse basta a delapidação  dos recursos, gastos desnecessários e a não submissão  às potências  internacionais.

Angola precisa com urgência  de uma liderança  que tire o país do poço.

CK

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