Xá-Muteba: Autoridades locais acusadas de patrocinar garimpo ilegal de diamantes na região

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A exploração ilegal de diamantes por parte de estrangeiros de várias nacionalidades, com destaque para os do Oeste Africano, nas margens do Rio Cuango, no município do Xá-Muteba, província da Lunda-Norte, conta com o apadrinhamento de altas entidades da polícia Nacional (PN), Polícia de Guarda Fronteira (PGF), das Forças Armadas Angolanas (FAA), Seguranças da empresa privada Kadyapemba e membros do partido no poder.

Fonte: O Decreto

Segundo os populares ouvidos pelo O Decreto, a maior exploração tem acontecido diariamente na localidade do Tximango, apesar das autoridades falarem constantemente do combate ilegal de garimpo na região leste do país, o que na prática não se regista, devido a facilitação que se dá aos estrangeiros para terem acesso às áreas de exploração de pedras preciosas.

A nova governadora da Lunda-Norte, Filomena Miza Aire, teria garantido que, entre as prioridades do seu mandato, consta o combate ao garimpo ilegal de diamantes – combate que tem sido desafiado pelos cidadãos expatriados com maior enfoque aos da República Democrática do Congo (RDC), que de acordo com actividas, “todos os dias desafiam a lei e as autoridades angolanas”.

Para travar a contínua ilegalidade, o Comando Municipal do Xá-Muteba da Polícia Nacional, efectuou recentemente uma operação conjunta com os efectivos da Polícia do Cuango e do Serviço de Protecção Civil e Bombeiros, que resultou a apreensão de 12 motores de mergulhadores, dragas de alta calibre e a detenção de vários garimpeiros, que supostamente se dedicavam à prática de exploração de diamantes à margem da lei.

Os detidos, que se encontram sob custódia das autoridades policiais de Xá-Muteba, vão ser presentes a qualquer momento ao digno magistrado do Ministério Público (MP).

Segundo fontes que acompanham o processo, os meios de garimpo apreendidos pela Polícia Nacional, pertencem a um grupo de estrangeiros de diversas nacionalidades africanas, liderado pelos “Boss Cherife, Bebucho (Banta), Kabah, Júlio, Abuba e Manigna”.

O Decreto sabe que os conhecidos “boss” pagaram uma quantia de USD 110 mil, aos senhores identificados por Gregório Miasso (gestores da empresa Sociedade Mineira do Cuango), Nioca Sierra-1 e Constantino, este último director da empresa de Segurança Privada Kadyapemba, para terem acesso ao local de exploração.

No âmbito da “operação transparência”, em Fevereiro de 2023, o Governo levou a cabo uma acção de combate a garimpo, no município do Cuango, onde teriam sido desmanteladas várias cooperativas, entre as quais a conhecida por “Katewe”, tida como a “Cooperativa da Juventude”.

No dia 1 deste mês, os jovens lamentam que, a área em que os mesmos se dedicavam na prática de garimpo artesanal, e que foram retirados pelas forças de defesa e segurança, registaram a entrada de dragas e outros materiais de exploração de diamantes no mesmo local – zona de Tximango, supostamente proibido chamado, a mando do director da segurança industrial, identificado por Nioka e o director administrativo, Gregório Miasso, em coordenação com outros funcionários das Administrações do Cuango e Xá-Muteba, por isso apelam a intervenção da Serviço de Investigação Criminal do Cuango (SIC), do Departamento de Investigação de Ilícitos Penais (DIIP), à Procuradoria do Cuango e da Lunda-Norte, para que seja esclarecida a denúncia.

“Como foi possível que os estrangeiros como são os casos dos Boss Cherrife, Boss Bebucho (Banta), Boss Kabah, Abouba Magniga, Boss Júlio e o cidadão da RDC identificado pelo nome de Carlito, e suposto coordenador do mesmo trabalho de nome Tomás, que se encontravam detidos após a operação realizada pela polícia já foram postos em liberdade?”, questionam.

Segundo consta, durante a detenção, as forças detiveram dois cidadãos nas profundezas do Rio Cuango, que foram igualmente detidos em posse com uma pedra grande de diamante, cujo quilate não foi possível precisar e um dos garimpeiros presume-se que teria morrido.

Outros dados apontam que na noite de quinta-feira, 15 de Agosto, no mesmo local, teriam saído várias pedras de diamantes, segundo fontes de efectivos que estiveram

“O boss Cherife, Boss Bebucho (Banta), Kabah , Abuba, Boss Julio, e o Carlito, este último, é o cidadão intermediário do director dos seguranças Kadyapemba, na pessoa de Constantino – sobrinho do tenente-general Joaquim Constantino «Passy Kuiki» , Nioca, e o Gregório Miasso.

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