Funcionários públicos dizem que isenção do IRT não terá qualquer impacto no seu poder de compra

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O Governo angolano tem vindo a tomar medidas para minimizar o impacto da crise económica e social que afeta o país de uma maneira geral.

Uma delas está na proposta do Orçamento Geral do Estado (OGE) para 2024 e visa isentar do pagamento do Imposto sobre o Rendimento de Trabalho aos funcionários públicos que auferem até 100 mil kwanzas (120 dólares).

Ao fazer esta proposta, o Executivo diz visar valorizar mais o ordenado dos trabalhadores.

Conceição Figueira é funcionaria pública e diz que “tirar ou não o IRT não faz qualquer diferença porque não chega para comprar um saco de açúcar”.

“Acho que o ideal seria aumentar de fato os salários, pelo menos para nós da função pública que ganhamos miséria”, sugere Figueira.

Outro trabalhador, Domingos Teixeira, entende que a maioria que aufere este salário nem se quer sabe o que é IRT.

“Cem mil kwanzas em Angola valem 120 dólares, é uma miséria de salário, tirar ou manter o IRT vai dar no mesmo, são apenas argumentos administrativos ou políticos, socialmente não me diz nada”, afirma Teixeira.

Por seu lado, a professora do ensino geral Filomena (não revelou o apelido) e que ganha menos de 100 mil kwanzas diz que “vai-se com 50 mil kwanzas ao mercado, não se compra quase nada, pelos preços praticados em Angola não fará grande diferença tirar ou não este imposto”.

Por seu lado, o secretário-geral da Central Geral de Sindicatos Independente de Livres de Angola (CGSILA) entende que o Governo está a fugir à discussão do problema essencial.

“Com os problemas enormes que temos no país, o Governo vem com isto que é uma brincadeira, nós temos trabalhadores e outras pessoas a comerem no contentor de lixo, nós sequer queremos discutir isso, o Governo está claramente a fugir dos assuntos principais do país”, diz Francisco Jacinto.

A par da isenção do IRT, a proposta do OGE prevê um aumento salarial de cinco por cento para a Administração Pública.

VOA

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