Membro do Movimento Protectorado Lunda-Tchokwé morreu na Cadeia de Cacanda
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Um dos membros do Movimento do Protectorado da Lunda-Tchokwé (MPLT) faleceu neste domingo, 2 de Janeiro, na Cadeia de Cacanda, cidade do Dundo, província da Lunda-Norte, vítima de doença contraída dentro da cela, segundo um dos responsáveis Da organização.
Segundo o secretário-geral do movimento que reivindicou a autonomia da região rica em diamante, Fiel Muaco, esclarecer que, a vítima identificada por João Muamofia faz parte do grupo de ativistas que foram detidos no dia 30 de Janeiro, aquando do massacre ocorrido na vila mineira de Cafunfo, município do Cuango, na sequência de uma tentativa de manifestação, que as autoridades angolanas caracterizaram de rebelião.
De acordo com a fonte, o cidadão João Muamofia encontrava-se doente em estado crítico dentro da cela sem assistência médica e medicamentosa, “e só depois de verem que o detido já estava a beira da morte, as autoridades decidiram evacua-lo até a um hospital na cidade do Dundo, praticamente em estado de coma ”, contou.
“Acabamos de receber a notícia da morte do nosso membro que se encontra na cadeia de Cacanda, no Dundo – um dos ativistas que tinha sido prendido em Janeiro do ano passado e colocado na cadeia onde estava com o estado de saúde crítico”, contou.
Fiel Muaco lembrou que, durante a detenção dos ativistas do movimento que há mais de 15 anos luta pela autonomia, a vítima João Muamofia tinha sido “fortemente espancado” por supostos efetivos da Polícia Nacional (PN) e das Forças Armadas Angolanas (FAA), “E em consequência contraiu doença dentro da cadeia onde a alimentação também não era adequada”.
O activista revelou que após a morte do seu membro, as autoridades locais contactaram a liderança do Movimento do Protectorado da Lunda-Tchokwé (MPLT), para que receba o cadáver de João Muamofia, mas de acordo com o Fiel Muaco “o Governo da Lunda -Norte não pode entregar apenas o corpo da vítima real, mas os cinco corpos dos outros detidos que também morreram na mesma cadeia de Cacanda ”, disse.
O secretário-geral do Movimento do Protectorado da Lunda-Tchokwé apelou no entanto a sensibilidade do governo angolano, dada a situação crítica em que se refere os outros dez membros detidos no Dundo e que aguardam pelo julgamento no processo que envolve o seu líder, José Mateus Zecamutchima, acusado de rebelião e associação de malfeitores.