Luanda Leaks é “oportunidade para se criar novo sistema de governação”, diz analista

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Por VOA

O escândalo que envolve o alegado nepotismo e corrupção de Isabel dos Santos deve ser visto como uma oportunidade para se criar um novo sistema de governação e evitar-se novos episódios no futuro, defendeu o jornalista e analista político Alexandre Neto Solombe.

O investigador Rafael Marques é de opinião que a filha do antigo Presidente José Eduardo dos Santos deve preparar-se para “uma barragem de processos judiciais” contra as suas propriedades.

Alexandre Solombe considera que as revelações dos negócios de Isabel dos Santos são uma clara indicação do que foi o quadro jurídico-legal criado pai que abriu caminhos “para a corrupção prosperar”.

“É altura de começarmos a discutir as mecânicas de funcionamento da governação em Angola ao invés de nos deleitarmos com revelações que muitos de nós já sabíamos”, explica Alexandre Solombe, para quem os órgãos que deveriam ter servido de contra-peso a essa corrupção, como o Comité Central do MPLA, estiveram sempre no silêncio.

Para o jornalista e analista político esse novo sistema de governação deverá não só incluir regras de actuação, mas também de supervisão e inspecção das actividades governamentais

Por seu lado, o investigador e conhecido activista contra a corrupção, Rafael Marques aconselhou Isabel dos Santos a contratar bons advogados para fazer face à “barragem de processos judiciais que podem ir contra ela”.

“É isso que espera Isabel dos Santos”, concluiu Marques.

A investigação, já conhecida como Luanda Leaks e divulgada em dezenas de países, descobriu que “Santos, seu marido e intermediários construíram um império com mais de 400 empresas e subsidiárias em 41 países, incluindo pelo menos 94 em jurisdições sigilosas como Malta, Ilhas Maurícias e Hong Kong”.

Na última década, essas empresas conseguiram contratos de consultoria, empréstimos, obras públicas e licenças no valor de bilhões de dólares do Governo angolano”.

Isabel dos Santos já reagiu acusando meios de comunicação de racismo e reiterando que a sua “fortuna” é fruto de “caracter, minha inteligência, educação, capacidade de trabalho, perseverança”.

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