Fome aperta cada vez mais milhares de famílias devido ao custo de vida em Angola

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Milhares de famílias em Angola continuam a lutar pela sobrevivência, devido à fome que diariamente fustiga as pessoas, sem, no entanto, apresentar vislumbre para um quadro diferente e melhor, devido à realidade socioeconómica que o país atravessa com subida dos preços dos principais produtos da cesta básica.

Fonte: O Decreto

Especialistas defendem a busca por alternativas com vista a mitigar o impacto do aumento dos preços, especialmente em tempos de escassez de bens essenciais. Para os entendidos na matéria ouvidos pelo O Decreto, optar por produtos mais acessíveis, como os de produção local, seria uma dessas alternativas.

“Por exemplo, em vez de pão, pode-se considerar a mandioca ou a batata-doce, que são opções mais saudáveis nutricionalmente. Substituir uma refeição diária de pão por batata-doce pode ter um impacto positivo na saúde”, defendem.

Dados oficiais indicam que, no de Abril último, o custo de vida nacional subiu 2,6% em comparação com março, o maior aumento desde agosto de 2016, segundo o Índice de Preços ao Consumidor (IPC) de Abril do Instituto Nacional de Estatística (INE).

A inflacção anual, que vem crescendo há 13 meses consecutivos, teve um aumento de 2,1 pontos percentuais no mês passado, chegando a 28,2%, a maior taxa desde junho de 2017.

De acordo com a constatação, em Luanda, a situação é ainda mais crítica, com um aumento acentuado nos preços dos produtos básicos. Os consumidores afirmam que o essencial agora é comprar apenas o necessário, enquanto economistas recomendam a aquisição de produtos mais em conta.

Em todo o país, os preços continuam em ascensão, sendo a situação em Luanda particularmente alarmante, com um aumento anual de 38,9% em relação a abril do ano anterior e um aumento mensal de 3,3% em comparação a março, conforme relatado pelo INE. Este é o maior índice de inflação anual na capital desde Fevereiro de 2017, quando atingiu 39,9%.

As famílias, diante deste cenário desafiador, buscam sobreviver. Telma José, uma dona de casa, relata que com o aumento dos preços, ela passou a comprar produtos mais baratos, mas expressa preocupação com a qualidade desses produtos em relação à saúde.

“Sempre procuro alternativas mais em conta. Se antes eu comprava um litro de leite por mil kwanzas e hoje custa 2.500, claro”, desabafou.

Radio Angola

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