Cafunfo: Polícia detém activistas do Movimento Protectorado por lerem estatutos da organização

Compartilhe

Ouvir:

Três activistas membros do autodenominado Movimento do Protectorado da Lunda-Tchokwé (MPLT), na vila mineira de Cafunfo, no município do Cuango, província da Lunda-Norte, foram detidos neste domingo, 30 de Junho, por supostos efectivos da Polícia Nacional (PN), alegadamente por serem encontrados a lerem os estatutos da organização dentro de uma residência.

Fonte: O Decreto

Segundo o secretário-geral do Movimento do Protectorado da Lunda-Tchokwé (MPLT), Fiel Muaku, que avançou a denúncia a este portal, foram detidos Filipe Mutunda, secretário da Juventude Patriótica da Lunda e o seu adjunto, Cláudio Manuel Muatxinganji, sem a apresentação de um mandado de detenção.

“Foram encontrados na residência do Filipe Mutunda, onde reúnem sempre para lerem os estatutos da organização”, relatou o activista, acrescentando que “os dois dirigentes foram surpreendidos neste domingo e levados à Esquadra da Polícia de Cafunfo”.

Fiel Muaco contou que, após a detenção dos dois activistas do Protectorado Lunda-Tchokwé e serem levados às celas, os agentes da Polícia Nacional, de acordo com o responsável, voltaram à mesma residência e vandalizaram levando todos os pertences.

“Na altura da detenção, os efectivos da Polícia Nacional diziam que estavam a cumprir ordens superiores, o que ficamos pasmados com essa ordem superior”, disse.

Para o secretário-geral do MPLT, o Presidente da República, João Lourenço “precisa saber que, todos nós, somos pessoas feitos por Deus e não pode se comportar dessa forma, usando a população Lunda-Tchokwé, como se fosse sua pertença privada e pode brincar como quer”.

“O MPLA se acha que não temos direito de viver neste país, principalmente nesta região, que nos dê o dia bem como nos mostra outra região onde podemos viver, pois todos nós temos direitos, tal como eles têm”, referiu.

Fiel Muaku revelou ainda que, nesta segunda-feira, 01, foi detido às 17h00, mais um dos membros do Movimento do Protectorado da Lunda-Tchokwé, identificado por Zeca Muatxissupa, quando saía da sua lavra.

Ao chegar no posto de controlo, como tem sido a prática dos efectivos da Polícia Nacional (PN), na sequência da revista foi encontrado com um cartão de membro da organização, razão suficiente para ser lavado à Esquadra Policial.

O Secretário-geral Fiel Muaku disse que, até ao momento, estão detidos um total de 13 membros do Movimento do Protectorado da Lunda-Tchokwé, incluindo os dez presos políticos levados em Outubro de 2023”.

“Num país que se diz democrático e direito não teríamos presos políticos, e o Presidente João Lourenço deveria orientar muita coisa que falta no país – a fome, a falta de água e luz, falta de estradas, a miséria e muito mais, por isso não estaria a orientar a perseguição dos políticos iguais, o que é uma vergonha”, lamentou o responsável.

A redacção deste portal tudo fez para contactar o Comando Municipal do Cuango e o Provincial da Lunda-Norte, mas nada resultou.

Ouvir:

Radio Angola

Radio Angola aims to strengthen the capacity of civil society and promote nonviolent civic engagement in Angola and around the world. More at: http://www.friendsofangola.org

Leave a Reply